Em um momento decisivo do Brasileirão, o Santos tenta reagir após a derrota para o Palmeiras: Gabriel Brazão cobrou equilíbrio e responsabilidade, Neymar volta a ser relacionado para encarar o Flamengo no Maracanã, e as projeções matemáticas ampliam o alerta contra o rebaixamento. Entre mobilização do elenco, expectativa pela influência técnica do camisa 10 e uma reta final pesada, o clube mira pontos urgentes para sair do Z4.
Brazão pede equilíbrio e responsabilidade após derrota no clássico
Destaque na derrota por 2 a 0 para o Palmeiras no Allianz Parque, Gabriel Brazão expôs a linha de frente do vestiário: cabeça fria, trabalho e fim das desculpas. O goleiro endossou a necessidade de assumir a responsabilidade pelo momento e de sustentar personalidade para atravessar a reta final sob pressão.
“Só depende de nós. Temos que ter a cabeça fria, trabalhar e evitar desculpas. A gente se colocou nessa situação e temos que ter personalidade para sair. Estamos jogando no Santos, temos que ter personalidade. A gente sabe que vai sofrer até o fim, mas esperamos reverter essa situação”.
O recado vem no contexto de uma sequência de quatro jogos sem vitória e com o Santos na 17ª posição, um ponto atrás do Vitória, primeiro fora do Z4. O próximo compromisso será contra o Flamengo, que briga pelo título, em cenário que exige organização tática e eficiência para somar.
“A gente vai acreditar até o fim. Sabemos da situação em que estamos, temos que ter personalidade. Temos que tirar o Santos dessa situação. É um momento de poucas desculpas e muito trabalho. Domingo, contra uma grande equipe, temos mais uma oportunidade de conquistar pontos”.

Neymar de volta e o peso do fator decisivo
Pressionado pela oscilação, o Santos aposta no retorno de Neymar para enfrentar o Flamengo no Maracanã. Fora do clássico no Allianz por decisão conjunta com o departamento médico, visando evitar o gramado sintético, o camisa 10 volta a ser relacionado após já ter atuado por 23 minutos no empate com o Fortaleza, na Vila Belmiro. Recuperado da lesão grau 2 na coxa direita, ele integra a lista de 26 convocados por Juan Pablo Vojvoda, ainda sem garantia de titularidade: “confiamos que vai ajudar”
A presença do craque alimenta discussões sobre dependência de um atleta que busca retomar o ritmo ideal. Ainda assim, o impacto técnico e simbólico é incontestável para um time que mostrou solidez defensiva no Allianz, mas carece de um diferencial no terço final. Além de Neymar, Luan Peres e Billal Brahimi retornam; por outro lado, há desfalques: o lateral Mayke, suspenso, e o meia Victor Hugo, impedido por questões contratuais.
Risco de rebaixamento cresce e reta final fica mais pesada
A derrota no clássico consolidou o Santos no Z4: 17º lugar, 33 pontos em 31 jogos. O calendário impõe pressão máxima, com duelo contra o Flamengo e, na sequência, confrontos que envolvem Mirassol, Sport, Internacional, Juventude e Cruzeiro — uma maratona que deixa pouco espaço para erros e exige pontuação imediata.
Segundo o Departamento de Matemática da UFMG, o risco de queda do Santos chegou a 50,5%, quarto maior da liga, atrás de Sport (99,9%), Juventude (91%) e Fortaleza (87,3%). Fora do Z4, o Vitória aparece como rival direto mais próximo, com 34 pontos em 32 jogos e 47,8% de probabilidade. Internacional, Grêmio, Ceará e Red Bull Bragantino também estão no radar, mas com percentuais inferiores a 16%.
“Vejo um grupo experiente, que compreende a situação. Que vive uma situação difícil, um grupo de homens, que quer sair dessa situação e vai lutar ponto a ponto, jogo a jogo, que sabe a instituição que está, o clube que representa, a situação que está. Ele compreende o torcedor. Não olhar para o lado e dizer que não quer estar. Nesse grupo, não senti isso. Quando a situação está ruim, há jogadores que não querem participar. Nesse grupo é ao contrário. Até mesmo Neymar, que não esteve hoje, contra o Fortaleza foi o primeiro que levantou a mão para querer ajudar”.
Com partidas atrasadas no campeonato influenciando a tabela, cada rodada tende a redesenhar o cenário da parte de baixo. Entre a mobilização interna e os números que apertam o cerco, o Santos precisa transformar discurso em performance, recuperar o protagonismo ofensivo e converter equilíbrio em pontos para manter-se na elite.


