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SAF do Atlético-MG é investigada por possível envolvimento com facção criminosa; entenda

O Ministério Público de São Paulo investiga fundos do banqueiro Daniel Vorcaro, acionista da SAF do Atlético, por lavagem de dinheiro ligada ao PCC. O ‘Galo Forte FIP’ de Vorcaro integrou fileira de fundos idêntica à investigada na Operação Carbono Oculto.

Em novembro de 2023, Vorcaro aportou R$ 100 milhões para se tornar sócio da SAF do Atlético. Em julho de 2024, investiu mais R$ 200 milhões. Os valores constam na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e coincidem com números divulgados pelo clube.

Já a ‘Galo Holding SA’ tem 55,7% de Rubens e Rafael Menin, e 26,9% de Vorcaro, via Galo Forte FIP. O FIGA detém 9% e reúne aportes de torcedores, com participação de Renato Salvador. Ricardo Guimarães possui 8,4%.

Além disso, o ‘Estado de São Paulo’ relata avanço do PCC em áreas antes vistas como controladas e transparentes. No topo da cadeia aparecem os fundos Olaf 95 e Hans 95, geridos pela Reag Investimentos, ambos já alvos das apurações.

Daniel Vorcaro, investidor SAF Atlético (Foto: Banco Master/Divulgação)

O Atlético afirmou, em nota na manhã desta sexta-feira (17 de outubro), que não conhece nenhuma irregularidade relacionada aos investimentos. Veja a nota do clube:

“Em relação à matéria publicada hoje pelo jornal Estado de São Paulo, o Atlético esclarece que: O Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia é um veículo de investimento devidamente constituído e regular perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), sob administração da Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários LTDA.

A Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários LTDA é uma empresa igualmente registrada perante a CVM. Referido fundo figura como acionista da Galo Holding S.A., contexto no qual o Atlético não tem conhecimento de quaisquer irregularidades”.

A Operação Carbono Oculto

A Receita Federal deflagrou a Operação Carbono Oculto para desmantelar fraudes e lavagem no setor de combustíveis. A autarquia a apresentou como a maior do país contra o crime organizado.

As investigações miram elos da cadeia de combustíveis controlados pelo crime organizado. O foco vai da importação e produção à distribuição, venda ao consumidor e ocultação patrimonial, inclusive por fintechs e fundos de investimento.

A Receita Federal apurou que fintechs de pagamento inseriram valores no sistema financeiro. Essas empresas funcionavam como um banco paralelo da organização criminosa e movimentaram mais de R$ 46 bilhões entre 2020 e 2024.