O Botafogo se pronunciou, na quarta-feira (29 de outubro), após Ana Sátila anunciar o fim do vínculo com o clube. A canoísta denunciou descaso com esportes olímpicos ao podcast ‘Rumo ao Pódio’, do ge.
Em entrevista ao ge, Sátila descreveu a experiência no Botafogo e afirmou que quer alertar outros atletas.
“Essa experiência infelizmente não foi boa, e hoje eu acho que tenho até a obrigação de alertar os atletas que ainda estão ali presentes para realmente falar. O atleta tem que ser valorizado, ainda mais no nosso país e ainda mais nesse momento”.
Ela também criticou a nova gestão e disse que, após a troca no comando, os esportes olímpicos foram deixados de lado.
“O Durcesio precisou sair do Botafogo, entrou o novo presidente. A partir de aí, o esporte olímpico foi esquecido, ele foi deixado de lado totalmente, não só a canoagem. Até o remo, que é um esporte tradicional do Botafogo”.

A canoísta também denunciou salários baixos pagos a atletas, com valores entre R$ 200 e R$ 500, e relatou cobranças desproporcionais. Ela afirmou que presenciou situações de assédio moral no ambiente do clube.
O vice-presidente de remo, João Gualberto Teixeira de Mello, disse ao ge que o clube prioriza modalidades por falta de recursos.
“Não podemos, é fato, querer disputar todos os esportes amadores, dada a escassez de recursos. Preferimos nos concentrar em poucos, nos quais possamos fazer boa figura”.
A atleta defendia o clube desde 2023 e citou a mudança na presidência como fator. João Paulo Magalhães assumiu em janeiro de 2025. Inicialmente, Sátila aceitou representar o Botafogo sem garantias financeiras. Em agosto deste ano, o remador Lucas Verthein deixou o clube após 13 anos defendendo o time de remo desde as categorias de base. A saída foi unilateral, e ele relatou que soube por terceiros.


