Um caso de racismo interrompeu uma partida do Paulistão Sub-12 em Guaratinguetá (SP), ontem (domingo, 19 de outubro). Uma mulher de 41 anos foi presa em flagrante durante Manthiqueira x Corinthians, após denúncia de injúrias raciais contra um atleta.
O árbitro acionou o protocolo antirracismo no segundo tempo, no estádio Dário Rodrigues Leite. Segundo a súmula, as ofensas partiram de uma torcedora do Corinthians. O jogador do Manthiqueira sentou no gramado e chorou. A súmula registrou a expressão ofensiva: “Preto, filh@ da pu**, sem família, vai tomar no cu!”.
A Polícia Militar atendeu a ocorrência e levou a torcedora à Delegacia de Guaratinguetá. Ela teve a prisão decretada e foi encaminhada à Cadeia Pública de Lorena. Companheiro da acusada, responsáveis pelo garoto e um gandula também prestaram depoimento.
O delegado Fábio Cabett disse que a mulher foi “surpreendida logo após ter praticado o crime”. Ele considerou elementos da súmula e dos depoimentos ao decidir pela prisão em flagrante e descreveu a abordagem da equipe.

Ela foi indiciada pela prática, indução ou incitação a discriminação, preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A pena prevista para esse crime varia de um a três anos de reclusão e multa.
No Boletim de Ocorrência, a mulher alegou não ter cometido o crime e citou desavenças anteriores ligadas ao futebol. Ela também manifestou desejo de processar a mãe do menino por ameaça.
A súmula ainda relatou maus comportamentos da torcida do Corinthians durante a partida, o que motivou a orientação de um funcionário à arquibancada. A Federação Paulista manifestou indignação e disse ter encaminhado o caso à Polícia Militar e ao TJD-SP.
O Corinthians se pronunciou sobre o caso e enviou uma nota ao ‘g1’. A equipe disse “lamenta profundamente o ocorrido” e que “reforça seu repúdio a qualquer ato discriminatório e acompanha com atenção o desenrolar dos fatos, colocando-se à disposição das autoridades para colaborar no que for necessário”.


