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A declaração de PVC envolvendo o julgamento de Bruno Henrique, do Flamengo

O caso envolvendo o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, tem gerado discussões que ultrapassam o campo jurídico e envolvem questões éticas e estruturais do futebol brasileiro. A denúncia contra o jogador por supostamente forçar um cartão amarelo no Brasileirão de 2023 levanta um debate mais amplo sobre a influência das apostas esportivas no desempenho dos atletas e na integridade das competições.

Anteriormente, o atleta já havia sido suspenso por 12 jogos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas segue em campo graças a um efeito suspensivo concedido após recurso do Flamengo. A Procuradoria do tribunal, por sua vez, também recorreu para tentar ampliar a pena. O julgamento, que teve início na segunda-feira (10), foi adiado para quinta-feira (13), após pedido de vista de um dos auditores.

Além da esfera esportiva, Bruno Henrique também é alvo de um inquérito conduzido pela Polícia Federal. O jogador foi denunciado junto ao Ministério Público do Distrito Federal, acusado de informar a familiares que receberia um cartão na partida contra o Santos, em Brasília. A movimentação financeira atípica de apostas feitas por pessoas próximas a ele levantou suspeitas e motivou as investigações. O caso se baseia em mensagens encontradas no celular de seu irmão, que indicariam a intenção de manipular o evento.

A conduta do atacante gerou reações contundentes. O jornalista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, classificou como absurda a possibilidade de punição branda ao jogador, sugerida inicialmente como uma multa de R$ 100 mil. Durante participação em um programa ao vivo, o comentarista ironizou a proposta ao dizer: “R$ 100 mil? Eu pago! Quer? Eu pago no débito aqui!”.

Bruno Henrique em embarque com a delegação (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
Bruno Henrique em embarque com a delegação (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Em outro momento, PVC argumentou que o futebol precisa deixar clara a proibição de qualquer envolvimento de profissionais da área com apostas. Segundo ele, a prática de compartilhar informações privilegiadas, como o recebimento planejado de um cartão, representa uma fraude contra apostadores e compromete a confiança no esporte. Para o comentarista, mesmo que Bruno Henrique seja absolvido, o julgamento é necessário: “Precisa ficar claro que quem faz parte dessa indústria do futebol, seja jornalista, dirigente, treinador, jogador, não pode apostar”.

O Flamengo, por meio de seu departamento jurídico, defende que a orientação para o terceiro cartão foi estratégica, visando cumprir suspensão automática diante do Fortaleza e ficar disponível para confronto com o Palmeiras. Para o advogado Michel Assef Filho, “forçar cartão amarelo não é uma atitude antiética ou antidesportiva” e não haveria intenção de influenciar o resultado do jogo.

Por fim, o comentarista esportivo citou o caso do atacante Alef Manga como exemplo de punição severa. O jogador foi suspenso por mais de um ano por envolvimento com esquemas de manipulação de resultados. Para PVC, medidas firmes são essenciais para coibir práticas semelhantes e garantir que o futebol não perca credibilidade diante dos torcedores e da sociedade.