Diante do clima de insegurança pública no Rio de Janeiro, o Ceará emitiu uma nota oficial abordando a situação do jogo contra o Fluminense, pela 12ª rodada do Brasileirão. A partida está mantida para esta quarta-feira (29), às 19h, no Maracanã, apesar da tensão provocada por uma megaoperação policial.
Na terça-feira (28), a cidade do Rio viveu um dos episódios mais violentos do ano. Uma ação conjunta das polícias Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha resultou na morte de 64 pessoas, além de 81 prisões e a apreensão de 75 fuzis.
A operação teve como objetivo enfraquecer o comando de facções ligadas ao tráfico de drogas. Em resposta, traficantes organizaram represálias em diversos pontos da cidade, provocando bloqueios de vias, transtornos no transporte público e insegurança generalizada.
Ceará mantém programação
Mesmo com o cenário de instabilidade, a delegação do Ceará seguiu viagem normalmente. Em nota divulgada no início da noite, o clube afirmou que esteve em contato com a diretoria de competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que, até o momento, manteve o jogo confirmado.

“[…] Atletas relacionados e comissão técnica estão em voo nesse momento com desembarque no Rio de Janeiro previsto para às 21h20 de hoje, sem alterações na programação de viagem”, dizia um trecho do comunicado.
Possibilidade de adiamento não está descartada
Apesar da confirmação oficial da CBF, a situação segue sendo monitorada. Segundo o jornalista Marcello Neves, setorista do Fluminense no Globo Esporte, não houve até o momento qualquer movimento das autoridades para adiar a partida.
Contudo, caso a situação de segurança não se estabilize por completo, uma nova avaliação poderá ser feita. Vale pontuar, contudo, que a prefeitura emitiu um alerta retornando a capital ao estágio 1, ou seja, sem riscos.
O duelo entre Fluminense e Ceará já trata de uma rodada adiada do Campeonato Brasileiro. A logística da realização do jogo depende de garantias operacionais e de segurança pública que, por ora, seguem sendo analisadas com cautela.
Conflito urbano e mobilização das forças de segurança
A megaoperação nas comunidades do Rio mobilizou cerca de 2.500 agentes, entre policiais militares e civis. O objetivo principal foi a desarticulação de grupos armados envolvidos em crimes como tráfico, roubos de cargas e confrontos com forças do Estado.
As ações provocaram reflexos imediatos na rotina da cidade. Moradores relataram dificuldades para retornar às suas casas e circular por regiões próximas aos confrontos. O cenário de guerra urbana impactou o funcionamento de escolas, comércios e serviços essenciais.
Até o momento, não houve novo posicionamento da CBF ou da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ) sobre qualquer mudança na realização da partida.


