A derrota do Palmeiras para o Flamengo por 3 a 2, no domingo (19 de outubro), no Maracanã, não ficou restrita aos acontecimentos dentro de campo. A atuação da arbitragem, comandada por Wilton Pereira Sampaio, se tornou o principal foco após o apito final, sobretudo pelas declarações incisivas do técnico Abel Ferreira.
O treinador português optou por não se estender diretamente sobre os lances polêmicos durante a entrevista coletiva, mas deixou clara sua insatisfação com a condução da arbitragem. “Hoje, especificamente, não vou falar sobre arbitragem. As imagens estão aí, todos nós vimos e cada um faz as suas ilações”, disse, adotando tom contido, porém crítico.
Apesar da tentativa de evitar polêmica direta, Abel não escondeu sua irritação ao relembrar outros episódios envolvendo o mesmo árbitro. “Com este árbitro as coisas não têm ido bem. Já me expulsou umas quatro ou cinco vezes”, afirmou, demonstrando desconforto com a recorrência de conflitos em jogos apitados por Wilton Pereira Sampaio.
Durante o jogo, as decisões de arbitragem que mais geraram controvérsia ocorreram em momentos cruciais. O técnico palmeirense protestou contra a não marcação de um pênalti sobre Gustavo Gómez e também contestou a origem da penalidade assinalada a favor do Flamengo.

Segundo ele, Pedro cometeu falta antes da jogada que culminou no pênalti convertido por Jorginho. “Flamengo não precisa de fatores externos para vencer”, declarou Abel, em tom irônico e crítico ao mesmo tempo.
Nos bastidores, a irritação palmeirense se estendeu ao apito final. O lateral Piquerez e o auxiliar técnico João Martins foram expulsos por protestar contra o encerramento do jogo logo após o segundo gol do Palmeiras, marcado por Gustavo Gómez nos acréscimos. A arbitragem não permitiu a sequência do reinício, o que inflamou ainda mais o ambiente.
Abel também aproveitou para desabafar sobre a forma como suas queixas costumam ser tratadas pela imprensa brasileira. “Vocês foram sempre contra mim. Agora estão aí as imagens todas e vocês façam o que quiserem. Essa não é a minha função”, disse, criticando a repercussão das punições que recebeu em temporadas anteriores e cobrando evolução por parte de todos os envolvidos no futebol, inclusive jornalistas e árbitros.
Assim, embora tenha evitado ataques frontais, o treinador palmeirense demonstrou que os episódios da partida tocaram em pontos sensíveis de sua trajetória no futebol brasileiro. As falas de Abel reforçam uma tensão antiga com a arbitragem nacional, que ganha novos capítulos sempre que decisões polêmicas afetam diretamente o resultado de jogos decisivos.


