O São Paulo apresentou, nesta terça-feira (21 de outubro), uma nova estrutura de negócios com o objetivo de consolidar o clube como referência em inovação no futebol até 2030. A iniciativa, batizada de Inova.São Ventures, é uma Corporate Venture Builder (CVB) que integrará startups ao portfólio do clube, ampliando sua atuação para além do campo e mirando geração de receita, otimização de custos e eficiência operacional.
O projeto é liderado pelo hub de inovação Inova.São e conta com parcerias da FCJ Venture Builder e da Sportheca, empresas dos setores financeiro e esportivo, respectivamente. A proposta é incorporar até 50 startups nos próximos cinco anos, criando soluções que beneficiarão torcedores e o próprio clube. Entre as frentes de atuação estão novos aplicativos, programas de engajamento, experiências exclusivas e tecnologias voltadas para o desempenho esportivo.
A ausência do presidente Julio Casares na coletiva de lançamento, realizada no Morumbis, chamou atenção. Segundo Eduardo Alfano Vieira, diretor institucional, ele optou por permanecer no CT da Barra Funda para acompanhar de perto o dia a dia do futebol, após a derrota por 3 a 0 para o Mirassol e uma sequência de sete derrotas em oito partidas. Conforme Alfano, “o difícil momento do futebol prendeu o presidente no CT da Barra Funda”.
Apesar do cenário adverso dentro de campo, o clube aposta na inovação como pilar estratégico de reestruturação. José Guilherme Oliver, head de inovação do São Paulo, destacou o pioneirismo da proposta e a ambição de posicionar o clube como protagonista na América Latina. “Esse projeto pode se tornar muito grande por ser pioneiro. Acreditamos que podemos aproveitar as estruturas e somar, melhorando os pontos estratégicos no clube para que a eficiência esportiva seja cada vez mais relevante”.
A iniciativa também busca integrar torcedores, sócios, conselheiros, atletas e empresários, permitindo que diferentes públicos acompanhem a evolução das startups e dos produtos desenvolvidos. A expectativa é captar R$ 11 milhões nos próximos anos e movimentar até R$ 90 milhões em novos negócios no mesmo período.
Além da vertente comercial, a tecnologia terá papel central no departamento de futebol. Oliver explicou que a proposta inclui importação de ferramentas consolidadas na Europa, com foco na aceleração da recuperação de atletas e na qualificação de decisões técnicas. “O fator crítico é acelerar o recovery do jogador e qualificar decisões com dados. Investir em novas tecnologias entra na conta porque gera ganho concreto”, afirmou.
A aposta do São Paulo em inovação ocorre em um momento de instabilidade esportiva e busca não apenas contornar dificuldades momentâneas, mas estabelecer bases para um novo modelo de gestão, apoiado em tecnologia, inteligência e diversificação de receitas.
