A trajetória de Paulo Henrique no Vasco tem chamado atenção não apenas pelo desempenho regular na lateral direita, mas também pela desenvoltura com a perna esquerda — habilidade pouco comum para jogadores de sua posição. Revelado pelas categorias de base do Londrina, o atleta de 29 anos já atuou como volante no início da carreira, e acredita que essa experiência foi essencial para desenvolver maior ambidestria em campo.
Atualmente titular absoluto do Vasco, Paulo Henrique vive o melhor momento de sua carreira. Desde que chegou ao clube em 2023, já marcou seis gols, sendo quatro com a perna esquerda, e distribuiu duas assistências com o mesmo pé. O desempenho lhe rendeu, inclusive, uma convocação recente à Seleção Brasileira e um gol marcado com a camisa amarelinha.
Questionado sobre essa facilidade fora do comum para um lateral-direito, o jogador explicou que tudo surgiu de forma espontânea durante os jogos. “É algo do momento, da necessidade do jogo. Eu nem penso em perna direita ou perna esquerda. É claro que a direita é a dominante, eu me sinto mais confortável com ela. Mas, por conta do jogo, do improviso, a bola cai na perna esquerda ou tem mais espaço, eu conduzo com a esquerda. Acerto algumas vezes, erro, mas isso tem me ajudado bastante”.
Apesar de não ser naturalmente canhoto, ele se diverte com os comentários da torcida que o apelidaram de “lateral-direito mais canhoto do Brasil”. Segundo o jogador, o segredo está na repetição e na confiança adquirida nos treinos. “O volante acaba usando mais a perna não dominante do que o lateral. Como fiz a base e alguns jogos de profissional como volante, isso contribui”.

Paulo Henrique também ressaltou que o aprimoramento técnico com a esquerda foi um processo gradual, mas importante para seu crescimento no clube. “Acerto algumas vezes, erro, mas isso tem me ajudado bastante”, afirmou em entrevista ao Globo Esporte.
O bom momento vivido pelo atleta o transformou em peça-chave do elenco cruz-maltino sob o comando de Fernando Diniz. Com a equipe buscando se firmar entre os primeiros colocados do Brasileirão, a consistência de Paulo Henrique na lateral tem sido vista como um diferencial competitivo.
Aliás, o próprio jogador acredita que a evolução no uso da perna esquerda ampliou sua imprevisibilidade em campo. “Às vezes surge a oportunidade de usar a perna esquerda e acaba acontecendo naturalmente”, comentou, ao explicar que muitas das jogadas vêm de decisões instintivas durante a partida.
Com a camisa do Vasco, Paulo Henrique soma números sólidos, mas é a versatilidade e a capacidade de improviso que têm consolidado sua imagem junto à torcida. Afinal, em um futebol cada vez mais exigente fisicamente e taticamente, a habilidade de jogar com os dois pés deixa qualquer atleta um passo à frente.


