Em destaque hoje: o Vasco já desenha o elenco de 2026 com a contratação de um volante como prioridade e decisões de investimento atreladas a uma possível vaga na Libertadores; Fernando Diniz fez duras críticas após a derrota por 3 a 0 para o Botafogo e cobrou reação imediata contra o Juventude; e, em um fórum de treinadores, o técnico revelou que Philippe Coutinho chegou a pensar em parar de jogar, defendendo uma mudança de mentalidade no futebol brasileiro.
Vasco prioriza volante e define planejamento de mercado para 2026
O Vasco estabeleceu a contratação de um volante como prioridade para 2026, condicionando o perfil e o tamanho do investimento à presença em competição continental — com foco declarado na Libertadores. Na metade de 2025, o clube chegou a avaliar reforços para o setor, mas preferiu canalizar recursos à defesa. Chegaram Carlos Cuesta e Robert Renan, enquanto Thiago Mendes assinou sem custos e Cauan Barros retornou do América-MG.
A nova lesão de Jair prolongou a ausência no meio e, com Paulinho e Mateus Carvalho em baixa, Fernando Diniz tem recorrido a Barros, Hugo Moura e Tchê Tchê. Thiago Mendes passou por recondicionamento físico e ainda não engrenou sequência como titular, o que mantém o setor sob observação constante.
Dentro do orçamento recente, a diretoria chegou a considerar um nome para elevar o nível do time titular, mas optou por direcionar o dinheiro aos zagueiros emprestados, com opções de compra, evitando altos desembolsos por um volante. O clube mapeia alvos com bom histórico de saúde e equilíbrio para o meio; a cifra final dependerá da classificação para Libertadores ou Sul-Americana. A meta é carimbar a vaga na Libertadores via Brasileirão ou Copa do Brasil.
Diniz participará do planejamento desde o início, ao lado de Admar Lopes, Felipe, Pedrinho e de todo o departamento de futebol, em um setor considerado carente no Cruz-maltino. Além do meio, a diretoria mira um zagueiro para dar profundidade ao elenco e mantém no radar um atacante mais móvel, com potencial para ser titular no modelo de jogo do treinador.
Diniz critica atuação após 3 a 0 no clássico e cobra reação imediata
Fernando Diniz não poupou palavras ao avaliar a derrota por 3 a 0 para o Botafogo, no Nilton Santos, pela 32ª rodada do Brasileiro. O técnico reconheceu domínio do rival depois dos primeiros minutos e classificou a atuação vascaína como insuficiente para competir durante boa parte do confronto.
“Acho que o placar refletiu o jogo. Tirando os minutos iniciais, que o Botafogo respeitou bastante, eles foram dominantes. Marcamos mal e jogamos mal. Não fizemos nada. O placar refletiu o que nosso time fez. Não tivemos chance de ganhar. Criaram mais, finalizaram mais, marcaram melhor. Vitória inquestionável”.
O revés marcou a segunda derrota consecutiva do Cruz-maltino, que estacionou nos 42 pontos e caiu para a nona colocação, acendendo o alerta para a reta final. Diniz apontou falhas em todos os setores e cobrou resposta imediata, citando o equilíbrio da competição e a necessidade de pontuar diante de adversários diretos. O próximo compromisso é no sábado (8), às 18h, contra o Juventude, em São Januário.
“Vamos jogar em casa e temos que tentar de tudo para vencer. O Juventude é um time que luta para não cair. Depois que o (Thiago) Carpini chegou, começou a fazer bons jogos e está lutando pela sobrevivência no campeonato. Temos que melhorar muito do que foi hoje para ter chance de vencer”.

Diniz revela que Coutinho pensou em parar e defende revolução psicossocial
Em participação no 2º Fórum Brasileiro dos Treinadores de Futebol, realizado na terça-feira (04 de novembro), Fernando Diniz revelou que Philippe Coutinho chegou a querer parar de jogar. O
treinador criticou o ambiente de cobrança no país, defendeu acolhimento aos atletas e argumentou que o futebol brasileiro precisa de uma transformação mais humana do que tática. Coutinho, cria do Vasco com passagens por Inter, Espanyol, Liverpool, Barcelona, Bayern, Aston Villa e Al-Duhail, voltou no ano passado e, sob Diniz, somou 47 jogos, 11 gols e cinco assistências na temporada.
“As pessoas me olham como se eu fosse um cara fissurado em parte tática. Eu sou fissurado em fazer o melhor para o jogador. Se eu desenvolvo uma coisa na parte tática e as pessoas acham diferente, tenho pouco ouvido para o que está fora e muito ouvido para o que está dentro. Eu desenvolvo uma construção constante, inacabada daquilo que é melhor para os jogadores e com os jogadores”.
“O que eu persigo a vida inteira é mudar a vida de um John Kennedy, de um Rayan, de gente desse tipo. Do Coutinho, que também precisa de ajuda, porque tem dinheiro, passou por grandes clubes e disputou a Copa do Mundo, mas queria parar de jogar. Agora não quer mais parar. Como foi com o Marcelo, com o Felipe Melo. No fundo todo mundo precisa de ajuda. A gente vive em um meio extremamente violento e castrador”.
“Estamos indo por um caminho errado. A revolução no Brasil é mais psicossocial do que um programa tático, técnico e físico”.


