A LaLiga anunciou na terça-feira (21) o cancelamento da partida entre Villarreal e Barcelona que seria realizada nos Estados Unidos. O confronto, válido pela 17ª rodada do Campeonato Espanhol, estava marcado para o dia 20 de dezembro, no Hard Rock Stadium, em Miami.
Com a decisão, o mando de campo volta para o estádio La Cerámica, casa do Villarreal. O jogo seria o primeiro da história da liga espanhola a ser disputado fora do território nacional, mas enfrentou forte resistência de torcedores, atletas e clubes.
A proposta gerou críticas intensas sobre a equidade da competição e a perda de identidade local do campeonato.
Pressão coletiva pesou na decisão final
Em comunicado , a LaLiga afirmou que a medida foi tomada após “incertezas geradas na Espanha nas últimas semanas”, lamentando a suspensão de um projeto estratégico para a internacionalização do futebol espanhol.

“LaLiga lamenta profundamente que este projeto, que representava uma oportunidade histórica e incomparável para a internacionalização do futebol espanhol, não possa continuar avançando”, declarou a entidade.
O Barcelona, que apoiava a ideia, também se manifestou: “Lamentamos a oportunidade perdida de expandir a imagem da competição a um mercado estratégico, com capacidade de crescimento e geração de recursos em benefício de todos”.
Protestos e críticas de jogadores e entidades
Desde o anúncio da partida internacional, a ideia enfrentou objeções públicas. O Real Madrid, principal adversário do Barcelona, foi um dos primeiros a formalizar oposição, protocolando uma contestação junto ao Conselho Superior de Esportes da Espanha. Jogadores da equipe também se manifestaram.
O capitão Daniel Carvajal foi direto: “Me parece uma adulteração claríssima da competição, que não faz com que todos os times da LaLiga compitam nas mesmas condições. É fundamental que sejamos justos.”
O goleiro Thibaut Courtois reforçou a crítica: “A LaLiga põe isto porque lhe apetece e adulterou a competição. Além disso, não cumpre o acordo dos jogadores.”
No último final de semana, jogadores de diversas equipes realizaram protesto simbólico ao ficarem parados por 15 segundos após o apito inicial das partidas. A Associação Espanhola de Jogadores de Futebol explicou que a manifestação foi motivada pela “falta de transparência, diálogo e coerência” da liga com os atletas.
Clubes e torcedores apontam ameaça à equidade
A mudança do local da partida, que tiraria o mando do Villarreal, gerou grande insatisfação entre torcedores do Submarino Amarelo. Embora tenha aceitado a proposta por questões financeiras, a mobilização defendeu a manutenção do equilíbrio da competição com os clubes atuando em seus domínios nas 19 rodadas do campeonato.
O caso foi comparado ao episódio da Superliga Europeia, em 2021, quando torcedores se organizaram contra a criação de um torneio fechado entre grandes clubes do continente. Assim como naquela ocasião, a pressão popular foi decisiva para frear a tentativa de transformação estrutural no futebol europeu.


