Durante a celebração do centenário da Federação Boliviana de Futebol (FBF), realizada em La Paz, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, declarou publicamente seu compromisso de levar uma edição da Copa do Mundo à Bolívia. A afirmação, feita na presença de autoridades locais e sul-americanas, surpreendeu ao ser proferida sem a definição de data ou categoria específica do torneio.
A visita de Infantino à capital boliviana ocorreu na segunda-feira (20 de outubro) e contou com a participação do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, e do recém-eleito presidente da Bolívia, Rodrigo Paz. O encontro institucional simbolizou o início das conversas formais entre a Fifa e o governo boliviano sobre a viabilidade de organizar um evento da entidade no país.
Durante o evento, Infantino sinalizou disposição para dialogar sobre os detalhes da proposta. “Vamos trazer uma Copa do Mundo para cá, claro, é evidente; vamos ver, vamos conversar sobre qual Copa do Mundo estamos falando”, declarou o dirigente, sem avançar em cronogramas ou condições objetivas para a realização do torneio.
Apesar do respaldo simbólico de Infantino, a definição das sedes das Copas do Mundo exige votação entre as mais de 200 federações nacionais filiadas à Fifa. Conforme o processo formal, aspectos técnicos, logísticos e políticos são avaliados antes da escolha final, como ocorreu recentemente com a designação da Arábia Saudita para sediar a Copa de 2034.

Entretanto, a possibilidade boliviana enfrenta desafios consideráveis, sobretudo geográficos. La Paz, principal cidade cotada para receber partidas, está situada a 3.650 metros de altitude. Esse fator é visto como obstáculo para jogadores de outras regiões, que precisam de tempo para adaptação às condições de ar rarefeito.
Além disso, a visita ocorreu em um momento delicado internamente. O maior sindicato de atletas do país, o Fabol, havia solicitado recentemente uma intervenção da Fifa na FBF, alegando irregularidades administrativas. Infantino, contudo, não comentou a solicitação durante o evento.
Enquanto isso, a seleção boliviana mantém seu foco em desafios mais imediatos. A equipe disputará em março uma vaga na repescagem para a Copa do Mundo de 2026, que será realizada na América do Norte.
Embora não tenha oficializado prazos ou categorias, a fala de Infantino representa, ao menos simbolicamente, uma sinalização política da Fifa para o futebol boliviano. Essa aproximação, aliás, se soma ao apoio explícito da Conmebol, que esteve representada por seu presidente na cerimônia.


